domingo, 20 de junho de 2010

Uma nova seleção?

O resultado de 3 a1 contra a Costa do Marfim mostrou que a Seleção Brasileira tem potencial. Vários sites jornalísticos terão as informações precisas de como foi o jogo, aliás um jogaço!
Mas vamos a algumas observações próprias. A Costa do Marfim começou melhor e no momento do primeiro gol brasileiro, o time africano mandava no jogo. Com o gol tudo mudou. O Brasil se soltou mais, parece até que a responsabilidade mudou de lado e o time ficou mais à vontade. No ínício do segundo tempo tocou a bola com mais criatividade e chegou ao segundo gol de forma irregular com Luís Fabiano, depois de dominar com o braço. Mas fico com a impressão que faria o segundo de qualquer forma. A Costa do Marfim esqueceu a bola e partiu para a pancadaria, até que tirou Elano do jogo. Kaká passou a ser alvo da provocação adversária. Tanto o ídolo nacional quanto Dunga caíram na história. Kaká foi expulso injustamente, mas Dunga, com o jogo ganho, deveria ter tirado Kaká, e por dois motivos: O jogo estava duro e Kaká ainda vem se reabilitando, além do mais já estava irritado. Nada aconteceu e Kaká pagou o pato (que não foi o do Milan!). Resultado, o africano inventou uma suposta cutuvelada e Kaká não joga contra Portugal, ou seja, não teremos o embate contra o Cristiano Ronaldo.
Ainda é cedo para imaginar que agora tudo está perfeito. Nem está tão ruim quanto na primeira partida, nem está um céu de anil. O Brasil está bem, mas tem falhas, que a vitória não pode apagar. De repente, sempre alguém sobra no meio da zaga, e o gol que levou ontem prova isso. Tem hora que depende demais de Kaká, que se estiver bem marcado como foi no primeiro tempo, o Brasil não cria. Robinho que desequilibrou no primeiro jogo, agora não foi tão importante. Ao contrário de Kaká. Precisamos efetivamente que todos estejam bem, principalmente quando chegar a hora do mata-mata. Os laterais foram bem marcados.
Mas uma coisa é certa, a seleção precisava trazer a torcida brasileira para o seu lado, reconquistar a confiança, e neste jogo contra a Costa do Marfim, conseguiu!

Seleção Brasileira - Perder pode fazer bem!


Vou compartilhar um receio que tenho que diz respeito ao futebol apresentado pela seleção brasileira nesta Copa do Mundo, e digo isto antes deste jogo contra a Costa do Marfim, torcendo que Dunga e seus jogadores me provem o contrário.
Depois do futebol arte de Telê Santana em 82 e 86, quando jogamos bonito e fomos felizes, porém não conquistamos o título, que era o que todos queriam. Em 94, com um futebol parecido com este do volante Dunga veio o caneco. Aí a máxima de jogar pra cima, com três atacantes deixou de existir. O futebol moderno joga somente com dois, e olha que tem seleção ou times aqui mesmo do Brasil, que colocam somente um lá na frente. Resulta em partidas cheios de defensores, sem jogadas bonitas, dribles, chances de gol e claro, bola na rede. Aliás, nesse quesito, a Copa do Mundo está passando fome, e olha que inventaram essa Jaburulani dizendo que ia sair mais gols, e até estão saindo, porque ela engana os goleiros, e isso é interferir no jogo, não concordo!
O Brasil poderia ter uma escalação diferente, mais próxima das nossas raízes. Se ia ganhar a Copa ou não, não posso dizer, mas nos faria mais felizes. Em 1990 jogamos fechado e também perdemos. Em outras copas também, mas somente a de 82 marcou como se não fosse possível dar espetáculo e vencer. É claro, quem não leva gols tem chances de ganhar, por isso tem que haver uma defesa forte, mas colocar nove dos onze jogadores do time com essa intenção, é demais! Aí podem até dizer que os gols do Brasil saíram dos jogadores de defesa, Maicon e Elano. Tudo bem! Mas em 82 e 86 os laterais também eram artilheiros, lembram dos gols de Junior e Josimar? Se voltarmos no tempo tem também os de Nelinho e Carlos Alberto Torres. A diferença é ali no meio. Já tivemos seleções com meia dúzia de craques, hoje, nem sei. O Kaká tá meia-boca e o Robinho... Ainda não tenho visão formada sobre o Robinho. O sucesso sempre mexe muito com ele!
O Brasil ganhar com um time ofensivo poderia revolucionar o futebol no mundo. Está todo mundo jogando igualzinho nesta copa, fechado lá atrás e procurando um golzinho no contra-ataque!
Pra finalizar, qual o meu receio? Se vier o hexa que todos nós queremos, nós podemos estar deixando a magia e nos distanciarmos das raízes do futebol brasileiro, de alegria, ousadia e arte! O que temos agora é a chatisse e mau humor de um técnico que passa sua visão retranquista a um país que quer ser feliz! Eu torço pelo bom futebol. Queria ver lá na frente o Robinho de um lado e o Neymar do outro, entortando as zagueiros como faziam Garrincha e Renato Gaúcho. Um centro-avante fazedor de gols e um meio de campo criativo, daqueles que um dia já nos deu Zico, Sócrates, Pelé, Rivelino, Gérson, Rivaldo, Falcão, Ademir da Guia, Tostão, etc. O mundo está procurando os grandes jogadores, os grandes times, quem faça diferente! E ainda não é o Brasil! Talvez a Argentina de Messi, Tevez e Verón. O Dunga dos sete volantes não levou quem joga pensando em fazer gols.
Agora, como disse, torço para o Dunga me provar que estou errado, e esta seleção me ofereça o futebol que quero ver.

RÁDIO MÚSICA BRASIL MPB

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