sábado, 17 de janeiro de 2015

Fuzilamento de Marco Archer reabre vários debates: Relações internacionais, pena de morte, combate às drogas, etc.

Foto: Beawiharta / Reuters
A morte por fuzilamento do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 53, foi confirmada pela Indonésia por volta das 15h45 deste sábado (17), horário de Brasília. Além dele, outras cinco pessoas seriam executadas.

A morte de Marco reabre vários debates: Relações internacionais, pena de morte, combate às drogas, etc. Em todos eles, o mundo perdeu. 

O atendimento a um pedido de clemência de um país a outro, para salvar do corredor da morte um cidadão, mesmo que este tenha cometido um crime, é um objeto que aproxima nações. Perdeu a Indonésia. Perdeu o Brasil. O atendimento poderia vir com exigências de medidas para o combate ao tráfico internacional, que teria mais resultado.

Quanto à Pena de Morte, existente somente em alguns ordenamentos jurídicos, evoca discussões das mais variadas, que passam por religião, antropologia, judicialidade, etc. Mesmo diante crimes que geram comoções nacionais, perguntamo-nos: Temos o direito de tirar a vida de outra pessoa? Se sim, qual o crime cometido que enseje tal pena? Quem decide? Alguns países são mais duros, outros mais maleáveis. Reclamamos da impunidade no Brasil, mas as cadeias estão superlotadas. São pobres, pretos, analfabetos... Se tivéssemos pena de morte no Brasil, seriam estes aí os mesmos condenados.. É diferente na Indonésia? Parece que não, pois é um país que não figura entre as nações mais evoluídas do mundo.

Uma punição tão rígida contra o tráfico talvez leve muita gente a pensar que, pelo menos na Indonésia, os jovens estão livres das drogas. Não é verdade. 

E matar não resolve a questão. Não serve de exemplo. O tráfico continua a proliferar. É pouco provável que alguém deixe de cometer um crime pensando na dosagem da pena.

Vi no Blog do professor Rafael Brasil que "a Indonésia tem tantos problemas de drogas quanto o Brasil – e até piores. Se por aqui o crack toma conta das ruas, por lá o problema é o putaw, uma prima pobre da heroína. É comum os jovens a consumirem sobre o teto dos trens superlotados de Jacarta. A dose sair por R$ 12. O agravante é que o barato dura mais se essa droga for injetada. E seringas entre drogados, sabe como é. O compartilhamento de seringas causa 59% dos casos de Aids na Indonésia, um dos países da Ásia onde a doença avança com mais rapidez. Em algumas prisões (há no país presídios só para traficantes e consumidores) a incidência de Aids chega a 25%." (Veja.com)

Apesar do endurecimento da lei e imposição de pena de morte para traficantes, não se pode dizer que o uso de drogas está diminuindo. Segundo a agência anti-drogas do país, só entre 2012 e 2014 o consumo aumentou 25%, para 4,5 milhões de usuários de drogas ilegais.

A Indonésia tem todo o direito de tomar as medidas penais que julgue serem efetivas no combate às drogas. Infelizmente elas não têm dado resultado, aliás, nem no Brasil.

O mundo precisa discutir as drogas de uma forma ampla, complexa e abrangente, que de fato promova uma reeducação, mas este debate está atrelado a diversas outras questões, principalmente financeira, pois movimenta bilhões de dólares. Mas também aspectos políticos, como investimentos em saúde pública, recuperação de drogados e de pessoas como Marco. O debate é globalizado, a partir de cada região, pois as drogas estão em todo lugar. 

O problema é social, com o vício de usuários, cada vez mais jovens, cada vez mais próximos. Se as pessoas aprovam a morte do Marco, pensem que o problema poderia estar acontecendo aqui, com muitos de nossos jovens, envolvidos nas drogas, sendo também fuzilados. A diferença do usuário para o traficante é somente a quantidade que ele porta. 

Do jeito que está, a Indonésia vai continuar tirando vidas de traficantes, e vendo o consumo de drogas subir no país. E o tráfico também vai continuar tirando vidas, sem se importar se o Marco morreu.

Entretanto, acredito que o brasileiro, fuzilado neste sábado, arriscou e perdeu, como numa roleta russa, quando escolheu entrar naquele país com 13k de cocaína, mais que o suficiente para também iniciar jovens nesta droga!

MPU abre concurso para técnicos e analistas. Salários de até R$ 8 mil‏



O Ministério Público da União (MPU) publicou ontem (14) o edital de um novo concurso público. São oferecidas 25 vagas imediatas e formação de cadastro de reserva para cargos de Analista (nível superior) e Técnico (nível médio).

As inscrições devem ser feitas a partir das 10h do dia 23 de janeiro de 2015 até 11 de fevereiro de 2015, pelo site do Cespe.

A remuneração inicial para Analista é de R$ 8.178,06, e a de Técnico é de R$ 5.007,82, mais benefícios, para uma jornada semanal de 40 horas.

As vagas estão distribuídas nos estados do Amazonas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, São Paulo e no Distrito Federal.

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