quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

MIGUEL ARRAES E A BELEZA DA PASSEATA DOS CANDEEIROS - Por Ivan Rodrigues




Por Ivan Rodrigues

Por conta da minha idade, recebo muita pressão para contar as histórias do meu tempo e, sobretudo, as que testemunhei e das quais fui protagonista. Pouca gente sabe e pondo a modéstia de parte, resolvi extravasar minhas vaidades e manifestar o meu orgulho de ter sido o Coordenador do Programa de Eletrificação Rural no Governo de Miguel Arraes, que depois foi considerado o maior programa de eletrificação rural da América Latina. Essa história e a sua relevância não foi contada para conhecimento do povo de Pernambuco e, pelo jeito, só não é desconhecida, até hoje, pelos pequenos e pobres beneficiários que a tinham como inalcançável.

Quem é jovem e hoje avista a rede de luzes que ornamenta a zona rural de nosso Estado não pode imaginar a tristeza da escuridão que dominava a paisagem trinta anos atrás. Iluminação elétrica no campo só era possível para os grandes proprietários que tinham condições de bancar, às suas expensas, o elevado custo de uma rede de eletrificação com os indispensáveis postes, transformadores, travessas, isoladores, quilômetros de fios e mão de obra qualificada. Para os pequenos proprietários, era um sonho inatingível!

Em 1986, encerrada a mais bela e emocionante campanha política que Pernambuco assistiu, consagrando um segundo mandato de Governador para Miguel Arraes, em que o mote era: “volta Arraes ao palácio das princesas. vai entrar pela porta que saiu” e o “tô voltando”, permanecemos na sede da campanha, ali naquele casarão da Av. Ruy Barbosa que pertenceu à família Comber, para organizar a transição e as primeiras providências do governador eleito.Nessa ocasião, fui procurado pelo engenheiro da Celpe (então órgão estatal), conterrâneo e amigo José Luiz Sampaio (hoje, por causa, conhecido como Zé da Luz) que me relatou a existência de um projeto de eletrificação rural concebido por um grupo de jovens engenheiros de que ele fazia parte, liderado por Hélio Lopes, que veio a ser Diretor da Celpe e atualmente é Diretor da Arpe, Emerson Souto e Alberto Pereira e, como é natural, queriam fazer chegar às mãos do Governador Arraes para o seu conhecimento.

De acordo com minha solicitação Zé da Luz levou o Grupo à minha presença levando o projeto que eu não tinha condições de avaliar por falta de conhecimentos técnicos e como à essa altura, já estava escolhido como Secretário de Minas e Energia o Eng. Drummond Xavier, o entreguei em suas mãos para sua avaliação.Logo no dia seguinte, fui procurado por Drummond que, entusiasmado pela qualidade do projeto, queria um contato urgente com o grupo, e me lembro que chegou a fazer um comentário, dizendo: “O projeto, Ivan, tem princípio, meio e fim”. Era inovador, adotava um sistema denominado de “monofilar”, pois usava apenas um fio para transmissão, que resultava em substancial redução de custos, na medida em que subdimensionava a estrutura necessária para sua implantação, sem perda de sua qualidade técnica.

O Governador Arraes encantou-se com o projeto e cuidou logo de estruturar a execução do projeto em seu governo, para o que, logo de início, nomeou o Engenheiro Hélio Lopes para a Superintendência de Eletrificação Rural da CELPE. Abro aqui um parêntese para lembrar que, entre o segundo e o terceiro governo Arraes, houve uma tentativa de desqualificar o processo adotado, sob o pretexto de que não era seguro e poderia ocasionar prejuízos, sustentado em discursos até por secretários de Estado. A tentativa foi frustrada e o Governador Joaquim Francisco prosseguiu com o programa.

Não pensem que foi fácil. À medida em que se iniciava a execução do programa, com elaboração dos pequenos projetos das comunidades, orçamentação, busca de recursos, verificação dos critérios estabelecidos pelo Governador atendendo à economicidade, concentração de unidades atendidas para redução do custo médio, possibilidade de utilização da energia para melhoria da condição de vida dos beneficiários, confortos que possibilitassem a fixação no campo, começou o alvoroço das comunidades por vislumbrarem a possibilidade de conseguir o benefício.

Foi um trabalho duro, mas gratificante. Trabalhávamos com quatro planilhas que iam desde a solicitação do benefício à conclusão da obra e o monitoramento constante. Todos os meses nos reuníamos na Diretoria da Celpe para avaliação dos resultados e necessárias correções que, por vezes, se impunham. Já era, na verdade, o monitoramento hoje adotado na gestão do Estado de Pernambuco, com muito êxito. Lembro, com muito respeito, todos os servidores da empresa que trabalharam e muito pelo programa e, sem desdouro dos demais, recordo com respeito os colegas do grupo de jovens engenheiros e os Presidentes Dilton da Conti e Fábio Alves.

E foi inevitável, quando os primeiros e ainda modestos projetos foram instalados nas comunidades a grande demanda ainda represada explodiu. O alvoroço foi grande e, no dizer do saudoso Lívio Valença, foi “como soltar uma onça no chiqueiro dos bodes”. Nas pequenas comunidades, os sítios mais afastados, os sonhos mais reprimidos foram despertados como realidade. 

Começa a ser concreto um quimérico motor para aliviar o esforço na ralação da mandioca nas casas de farinha, uma pequena moto-bomba para ajudar na aguação das plantas e a luz elétrica clareando o negrume das noites.

Aí os inconformados adversários começaram a perceber a grandeza do projeto e o efeito devastador da mobilização das comunidades carentes da zona rural, logo estendido aos programas de baixa renda nas zonas urbanas, favorecidos por um inimaginável benefício que nunca pensaram um dia conseguir. E a campanha foi terrível e solerte. Não faltaram os economistas de ocasião para acusarem os benefícios do Governo Arraes como desestruturadores e que nada acrescentavam para o desenvolvimento econômico do Estado e, por consequência, para a sua população. Em resposta a esses ataques, Arraes fez uma ponderação precisa e fulminante que nunca esqueci: “não conheço nada mais estruturador para um cidadão que uma caneca de água limpa para beber e um bico de luz para alumiar a escuridão”, que explica o seu pensamento, e não tenham dúvidas, que a eletrificação rural mudou a face do campo para bem melhor.

Foi uma marca de governo inconfundível e os humildes beneficiários nunca esqueceram. Ainda hoje, quase trinta anos depois, sou surpreendido por muitas pessoas dos grotões do sertão até à mata, cobrando-me a lembrança dos nossos contatos, desde a solicitação do benefício até a sua entrega com as festas que promoviam quando da inauguração dos projetos em suas comunidades. 

Pensem numa alegria contagiante que, pelo hábito, terminava num verdadeiro e espontâneo ritual em todos os dias de inaugurações da eletrificação. Era uma coisa linda e valia a pena assistir.

Invariavelmente, a comunidade promovia uma passeata chamada de “adeus candeeiro!”. Caminhada circulando por toda a comunidade, as pessoas carregando na cabeça os fio-fós apagados, que eram até então o único meio utilizados para clarear o mundo, a banda de pífanos puxando o cortejo, a cachaça e o vinho de jurubeba correndo soltos, a galinha gorda guisada com farofa para tira-gosto e, ainda mais, a alegria de felicidade escancarada em todos os moradores do sítio, coroada pela dança no final da festa.

Alguns, já exibindo orgulhosamente na sala da sua casinha o rádio adquirido a prestações na loja da cidade, deixando de lado o “radinho” de pilha que sustentava, até então, a comunicação da comunidade com o resto do mundo. Outros, mais afortunados juntavam a família e conseguiam colocar uma geladeirazinha na bodega para garantir uma cerveja gelada. Alguns, radiantes, acendendo e apagando as lâmpadas de casa para comprovarem a sua efetiva existência. Outros mostrando, encantados, o motor elétrico já instalado no “caititu” da casa de farinha que, daí em diante, livrava as pessoas do penoso trabalho de acionar o volante manual do ralador de mandioca.

Só quem assistiu e conhece a dureza da vida no campo pode entender a felicidade de uma velha senhora, matriarca de sua família, sentada na salinha da casa de taipa e chão batido, admirando a luz acesa e que, advertida pelo filho que já era tarde e deveria recolher-se para descansar do dia muito agitado, respondeu com toda a veemência: “Me deixem aqui, que era só que faltava eu ir dormir agora. vou passar a noite admirando essa belezura de uma lâmpada acesa que nunca pensei que um dia ia ver na minha casa”.

Vejam quanta coisa bonita e quanta melhoria de vida a eletrificação rural trouxe para a população humilde do nosso Estado, a ponto de no final do governo Arraes em 1998, Pernambuco ter 83 % de suas comunidades rurais eletrificadas. Orgulho-me, e entendo com justas razões, de ter participado de um programa tão valioso para o nosso povo junto com um grupo de técnicos excepcionais, sob o comando de Miguel Arraes, maior líder político do nosso Estado, e que deixou uma marca definitiva de uma visão humanista capaz de entender a alma de nossa gente e, por isso mesmo, merecedor da gratidão de sua população mais carente e quase sempre injustiçada.

Centenas de Comunidades nunca haviam recebido qualquer benefício ou atenção dos governos e a única ação do Poder Público conhecida pelos moradores desses grotões era a atuação da polícia para reprimir uma cachaça mais exagerada nas bodegas em dias de feira. Aí eram certas a prisão do temível infrator e a intervenção do chefe político para soltá-lo e mantê-lo sob sua dependência pelo favor prestado. 

O Programa de Eletrificação Rural e o Chapéu de Palha foram as marcas determinantes e refletem muito bem o foco de um governante voltado para as camadas mais necessitadas do Estado. Esses programas representaram uma libertação para o homem do campo e lhes garantiram o conhecimento de uma coisa chamada CIDADANIA. Nada como uma caneca de água limpa e um bico de luz!

Ivan Rodrigues

http://memoriaseinquietacoesdeivan.blogspot.com.br/

Publicado originalmente em 29/07/2015

Correntes deve pagar reajuste do piso nacional do professor sempre em janeiro

Obrigação dos municípios é pagar novo piso a partir do mês de janeiro de cada ano

Prefeito Edimilson da Bahia

Em defesa dos direitos dos professores, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou ao município de Correntes, no Agreste Meridional, adequar a legislação municipal referente ao reajuste anual do piso salarial dos profissionais do magistério para garantir que os efeitos financeiros sempre retroajam ao mês de janeiro.

Segundo explicou a promotora Larissa Albuquerque, o MPPE instaurou inquérito civil no ano de 2017 para fiscalizar o cumprimento, pela administração municipal, do reajuste anual do piso nacional do magistério. A Lei Federal nº11.738/2008 estabelece que os valores deverão ser atualizados sempre a partir do dia 1º de janeiro de cada ano. Porém, no caso de Correntes, o reajuste concedido no ano de 2017 só teve efeitos a partir de 1º de abril.

O prefeito Edimilson da Bahia tem um prazo de dez dias para responder ao MPPE se acata ou não as medidas recomendadas

PAIXÃO DE CRISTO DE NOVA JERUSALÉM DIVULGA TRAILERS DA TEMPORADA 2018




A Sociedade Teatral de Fazenda Nova divulgou os dois primeiros trailers da temporada 2018 da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, que terá como protagonista o ator Renato Góes no papel de Jesus. Os filmes trazem cenas de várias passagens da história de Cristo, incluindo a traição de Judas, o julgamento no Fórum de Pilatos e flashes do martírio e da crucificação.

Nas imagens, além de Renato Góes, também aparecem os outros convidados: Kadu Moliterno (Pilatos), Victor Fasano (Herodes), Tonico Pereira (Anás), Nicole Bahls (Herodíades) e Rita Guedes (Madalena). Também estão nos filmes os artistas pernambucanos Fabiana Pirro (Maria), Ricardo Mourão (Caifás) e José Barbosa (Judas). Os filmes foram dirigidos pelo cineasta Eduardo Morotó.

A temporada 2018 será realizada no período de 24 a 31 de março. Os ingressos já podem ser adquiridos no site oficial www.novajerusalem.com.br. As entradas têm preço variando de R$ 100,00 a R$ 140,00, dependendo do dia, com meia-entrada para estudantes, professores de Pernambuco e público de até 14 anos. Nas compras feitas pelo site, o valor do ingresso poderá ser parcelado em até 12 vezes no cartão de crédito, com os juros da operadora.

V GERES mostra ações em Saúde Pública realizadas em Garanhuns e região no ano de 2017


A V Gerência Regional de Saúde, com sede em Garanhuns, tem como área de atuação 21 municípios do Agreste Meridional, coordenando ações de forma permanente e planejada para todo o ano ou em campanhas, com iniciativas que ofereçam respostas imediatas, para isto integra as secretarias municipais de saúde e realiza parcerias com diversas instituições na região. Atualmente a gerente Catarina Tenório, especialista em Gestão de Saúde, comanda a V GERES no Agreste.

No início deste mês, as coordenações da V GERES fizeram uma apresentação das atividades desenvolvidas ao longo de 2017, além do trabalho realizado no cotidiano na sede da gerência. Atividades especiais como o Maio Amarelo, Outubro Rosa e o Novembro Azul sempre proporcionam a integração das coordenações, mas outras são mais específicas, como palestras, blitzes, seminários e ações sobre diversos temas. Um exemplo são as palestras sobre IST/AIDS/HIV realizadas pela coordenação de Educação em Saúde em empresas de Garanhuns e região. Aliás, a V GERES visitou vários órgãos ao longo do ano levando informações, a exemplo do INSS, PRF, Sólida Engenharia, 9º BPM, 71 BI Mtz, Expresso Cidadão, entre outros.

Catarina Tenório também destaca as atividades do Comitê Regional de Prevenção de Acidentes de Motos, que esteve realizando atividades educativas em eventos como o Festival Viva Dominguinhos e Festival de Inverno de Garanhuns. Blitzes com Detran, Operação Lei Seca, Polícias Rodoviárias Federal, Militar, entre outras instituições de segurança, aconteceram durante vários meses no ano.

A Atenção Primária da V GERES também participou de muitas atividades em 2017, com videoconferências, capacitações, visitas às bases do SAMU na região, campanhas de vacinação, participação nas conferências municipais de saúde, triagens para cirurgias de catarata na parceria com a Fundação Altino Ventura, e o Projeto OneSight, que ofereceu atendimento oftalmológico a estudantes da Rede Pública de Ensino, A ação tem continuidade na UPAE Garanhuns, um dos grandes parceiros regionais. 

A Gerência Regional foi aos município com as GERES Itinerantes e inaugurou junto às prefeituras os novos Leitos de Retaguarda nos hospitais municipais da região, em um pleito que teve a participação direta da GERES. Aliás, os Leitos foram apresentados pela Coordenação de Regulação em Saúde e Planejamento.

O ano de 2017 foi de atenção às Arboviroses, e para esta sentinela de cuidado, a GERES conta com a Coordenação de Vigilância em Saúde, que desenvolve atividades e programas desde monitoramentos dos serviços de hemodiálise e das bacias hidrográficas até fiscalização de carros-pipa e de descarte de resíduos de serviços de saúde. A GERES conta ainda com coordenação de microcefalia, que integra as demais coordenações e municípios para assistência das crianças com suspeita ou que já tenham diagnóstico confirmado. 

O Programa Mãe-Coruja também apresentou atividades especiais ao longo de 2017 como o monitoramento da Rede Cegonha, o Forum Regional de Saúde Materno-Infantil, a capacitação Criança Feliz, o acompanhamento de gestantes e crianças em situação de risco, supervisão dos cantos Mãe Coruja, distribuição de leite para gestantes, crianças e puérperas, entre outras ações.

A coordenação administrativo/financeiro é quem faz a gerência funcionar, otimizando recursos para a realização de tantas atividades, e ainda a manutenção dos serviços do cotidiano da GERES, inclusive manutenção de veículos, do prédio sede, e da FUNASA, utilizado como campo de treinamento da Gerência de Saúde. Também de forma administrativa, a Coordenação de Recursos Humanos manteve 100% do atendimento aos servidores da sede regional, bem como das unidades sob sua gestão de pessoal.

"São múltiplas atividades que são realizadas, quase sempre integradas com as demais coordenações e as instituições parceiras. É difícil relacionar tudo, mas não podemos deixar de apresentar à sociedade estas ações que proporcionam uma saúde pública melhor para todos" - Encerra a gestora Catarina Tenório.

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